sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um perto, não tão distante.


Quem garante?
A nossa vida é sempre cheia de espectativas acerca do desejo de um possível futuro e acerca de quem nós somos, mas quem garante que essas espectativas são produto de uma consciencia nossa para com nós mesmos?
Porque achamos que o outro nunca interfere na nossa vida?
Na prática, o que o outro pensa é (infinitamente) mais importante do que eu mesmo imagino que seja. A nossa vida é guiada pelas espectativas dos nossos pais, estamos sempre procurando uma forma de agradá-los, mesmo que indiretamente.
Será que nós conseguimos pensar e agir de acordo com o que realmente desejamos sem deixar que os outros (pais, professores, amigos, etc) interfiram nas nossas decisões?
Um filósofo francês, do século XVII, chegou a dizer em um de seus escritos que o homem só poderia ter certeza de si mesmo. Porém, será que podemos pensar um mundo em que só temos certeza da nossa própria existencia? Não estamos falando aqui de egoismo. O pensamento vai muito mais pro lado do fato de nós termos uma ética tão nossa que chegamos a achar que as outras pessoas não compartilham da nossa atividade no mundo. Ou que o que fazemos, de certa forma, não esteja diretamente ligado a elas.
Aí, bisbilhotando na internet, descobrimos a musica de Tiê - 'Perto e distante', que está no álbum 'A coruja e o coração' (2011), que tenta passar uma mensagem semelhante a desse texto. Quem garante que nós conseguimos viver por aí, sem o olhar do outro para nos acompanhar?


Perto e distante.

Quem garante
Que o que você é
é o que o outro espera de você?
Distante.
O que você me diz do que eu sinto
Não sei porque.
Quem garante
Que seguindo a diante
Eu possa enfim viver?
Sem me comparar
Sem entristecer
Sem tentar mudar
Sem poder entender
Não dá
Eu vou ter que sair
Pra poder voltar.
Me ver
Me achar
No seu olhar
Pra entender
O que é o gostar.
Quem garante
Que o que você é
É o que o outro enxerga?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quase Genial.

Só porque nós pensamos quase a mesma coisa sobre a implosão do CFCH mas, infelizmente, não escrevemos sobre.

"Encontrada a solução para a onda de suicídios no CFCH

Após o terceiro suicidio em menos de 3 meses, a reitrollia da UFPE anunciou que tomará medidas extremas em relação a essa prática agressiva. Felizmente, não se trata do atendimento à reivindicação de trampolins nos andares mais altos feita pela corrente sádica da universidade. O prédio do CFCH será demolido nas próximas semanas como a única solução possível para os sucessivos casos de suicidio no prédio.

Estudantes reclamam que a própria guarda da universidade deveria manter a segurança do local, o que não vem surtindo efeito. Nesse aspecto, a outra forma possível de vigilância viria de uma improvável ação da Polícia Federal, única legalmente autorizada a intervir no campus acadêmico. “O prédio é muito pouco seguro. Entra quem quer, a galera usa o prédio para transar, para usar dorgas e se suicidar a vontade. Parece que o fizeram só pra isso”, denuncia uma estudante que não quis se identificar. De todos os atos citados por ela, o único que não é crime é o suicídio. “Se você considerar que, se eu me mato me jogando na frente de um ônibus, ou um veículo qualquer, isso tem implicações para o condutor do veiculo. Se eu me mato com uma arma, vão querer saber quem me vendeu o tal do objeto. Porém, se me jogo de um prédio, não vão responsabilizar ninguém pela minha morte… Seria, então, essa a ética por trás do suicídio? Farei minha tese sobre isso”, disse o aluno Giovannini Gonçalves.

Como os serviços de acompanhamento psicológico aos estudantes e funcionários não vem suprindo sua demanda, a solução anunciada após a comoção do incidente de hoje foi a implosão do CFCH. “Prédio pouco funcional. Com poucas salas de aula e espaço mal dividido. Dizem que quando o inauguraram, Getúlio Vargas perguntou por que construíram um prédio tão alto em um terreno de área igual à do Vaticano. Por que será que o CFCH não foi uma construção horizontal? É claro que foi decisão dos illuminati” informa um funcionário anônimo da reitrollia. Autoridades avisaram que na ocasião da implosão o prédio não será fechado, o que tornaria possível um suposto suicídio coletivo."

Esse texto foi originalmente publicado AQUI


Só por que eu achei legal...


Ainda do blog da Beatriz Jorge